sexta-feira, 11 de março de 2011

MISERICÓRDIA



As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não tem fim; renovam-se a cada manhã. Grande é a tua fidelidade.” Lm 3.22-23

Temos recebido pequenos estudos dirigidos pela Fabíola, antes de iniciar o ensaio do Coral às quintas feiras. Ontem, ela compartilhou algo sobre misericórdia e, coincidentemente, folheando uns papéis antigos, encontrei um estudo que eu preparei para os núcleos familiares em 2008. Decidi que abraçaria esta coincidência...

MISERICÓRDIA: este dom está entre os atributos comunicáveis de Deus.
O que vem a ser isso?
Os atributos são as chamadas “Perfeições de Deus”. Estes atributos podem ser comunicáveis ou incomunicáveis. Os “comunicáveis” são aqueles que o homem pode compreender, pois ele também pode possuir, mesmo que num patamar humano (ou seja, um atributo no homem jamais se comparará a um atributo em Deus, por exemplo, a Bondade de Deus é perfeita, a nossa, relativa. Assim também a Misericórdia, o Amor, etc).
Segundo Berkhoff, a Misericórdia de Deus é um importante aspecto da Bondade de Deus, também chamada de Terna Compaixão.
Enquanto que a “Graça” de Deus vê o homem como culpado diante d’Ele e, portanto, necessitado de perdão, a “Misericórdia” de Deus o vê como um ser que está suportando as conseqüências do pecado, que se acha em lamentável condição e que, portanto, necessita de socorro divino.
Assim, “a Misericórdia Divina é a Bondade ou Amor de Deus demonstrado para com os que se acham na miséria ou na desgraça, independente de seus méritos”.
Tanto Lloyd Jones como Berkhoff concordam que a Bondade de Deus é uma perfeição que trata generosa e benevolentemente TODAS as criaturas.
A Bondade tem como componentes seus o Amor, a Graça, a Misericórdia e a Paciência (ou Longanimidade).

Em Lucas 6.36 Jesus nos ensina a sermos “misericordiosos, como também é misericordioso” nosso Pai. E as bem aventuranças nos ensinam que “bem aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5.7).

A Misericórdia de Deus, no entanto, é perfeita, enquanto a nossa é falha, pois o pecado de nosso representante Adão tornou imperfeita nossa “semelhança” com o Criador.
Mas, o objetivo do discípulo é parecer-se com seu Mestre (Mt 10.25), portanto, não podemos ser discípulos “só de nome”, mas devemos ser reconhecidos por nosso caráter e por nossas obras. No caso dos discípulos de Jesus (que hoje somos nós), devemos refletir a imagem do próprio Cristo!

Cristo nos ensina a sermos misericordiosos porque Ele mesmo nos faz alvo de Sua Misericórdia (que, no entanto, é perfeita).
As tribulações pelas quais passamos não tem somente a intenção de nos provar, mas, muito mais, de nos aproximar cada vez mais de Deus, como aconteceu com Jó, que aprendeu, depois de duras lutas, a ter um relacionamento pessoal com o Senhor (“eu, antes, te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem” – Jó 42.5). Porém, se não fosse a Misericórdia de Deus, ele jamais teria suportado as provações nem, muito menos, chegado a esta conclusão, porque Deus, ao mesmo tempo em que nos permite a tribulação, nos dá meios para suportá-la (1Co 10.13).

Graças a Deus, portanto, por Sua Terna Misericórdia para conosco.
Que Ele assim nos abençoe!


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