quinta-feira, 7 de abril de 2011

OLHANDO PARA A CRUZ


"Esta é a permuta que, em sua bondade infinita, ele quis fazer conosco: recebeu nossa pobreza, e nos transferiu suas riquezas; levou sobre si a nossa fraqueza, e nos fortaleceu com o seu poder; assumiu a nossa mortalidade, e fez nossa a sua imortalidade; desceu à terra, e abriu o caminho para o céu; fez-se Filho do homem, e nos fez filhos de Deus."

[João Calvino, As Institutas da Religião Cristã [1541], VI, Cap XII, pg 6, Edição Especial, Editora Cultura Cristã]

 
Que “permuta” de maior desvantagem para o Senhor, não é mesmo? Nossa pobreza em troca de Suas riquezas, nossa fraqueza em troco de Sua força e poder: mesmo sendo divino, experimentou nossa forma humana, e nos tornou filhos de Deus; transformou nossa mortalidade em vida eterna.  
Trocou Sua divindade por nossa tão insignificante humanidade, e “por um pouco, nos fez apenas menor que os anjos, coroando-nos de glória e de honra”! (Sl 8.5)
 
E tudo isso, apenas por amor, porque Ele sabia que não tínhamos condições de pagar um centavo sequer desta tão grande dívida de que éramos devedores! Por amor, por graça. E quando penso na palavra graça, penso que é “de graça”! Mas, este “de graça” é relativo somente a nós, porque para Ele foi, na realidade, “um alto preço”!
Preço de sangue, preço de sofrimento, preço de pecado infringido em quem não conhecia o pecado!
 
Todas as vezes que dirijo um estudo sobre Jesus, a 2ª pessoa da Trindade, sinto renovar todo um sentimento de imensa gratidão pelo que Ele realizou por mim na cruz do calvário. Algo que é demasiado grande para meu paupérrimo entendimento, uma gratidão que chega a doer no coração e, mesmo assim, não alcança a grandiosidade necessária, merecida!
 
E, dentre tantas, mais uma vez, penso em Isaías 53... e mais uma vez meu coração chora, abundantemente, com a descrição do “sofrimento vicário do Servo do Senhor”...
 
Realmente, o que Evangelho da Graça vem proclamar é isto. E este sentimento deve estar tão arraigado em nós que deve nos cravar o peito com uma lancinante dor de compaixão pelos não alcançados. Alcançar, desejar isto aos queridos e aos distantes, porque nós mesmos fomos alcançados! E não tínhamos nenhum merecimento para isso! E ainda não temos nenhum merecimento para isso!
Os frutos que produzirei demonstrarão aquilo que o Senhor mesmo prometeu: “Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos.” (João 15.8). “Somos amigos do Senhor” se fizermos o que Ele mesmo determina (João 15. 14).
 
Não basta apenas ir, ou apenas orar, ou apenas apoiar – nossa necessidade brota de um coração sincero, conhecido do Senhor, porque nós, em nossa humilde humanidade “vemos o exterior, mas o Senhor sonda os corações” (“porque o SENHOR não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração.” 1 Sm 16.7)
 
A permuta que o Senhor fez conosco nos enche de responsabilidade, vinda de um coração profundamente agradecido, mas que não tem a mínima capacidade de sanar tão grande dívida (o que nos enche ainda mais de responsabilidade). Clamemos ao Deus Eterno que, com Seu Santo Espírito, faça por nós o que nossa fraqueza não permite: nos capacite e nos possibilite “frutificar” para honra e glória de Seu excelso Nome!   Amem.


PAZ!


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